KABALLAH SUPERIOR

Do hebraico Qabbalah, ‘tradição’, é um termo aplicado do séc. XII em diante, a um tratado ou estudo filosófico-religioso, que visa à decifração de um sentido secreto da Bíblia, a respeito da ciência única, que rege e faz a ligação entre a manifestação da vida nos sistema ou mundos inferiores, intermediários e superiores.

O ato da transmissão dos valores espirituais e testemunhos através das gerações = tradição se dá através da manifestação da natureza do Altíssimo em 10 estágios de emanações que revelam o padrão arquétipo, dos Poderes e das Dimensões Divinas atuantes na criação – as Sephiroth – chamada também de Arvore da Vida. Logo:

KABALLAH = ARVORE DA VIDA

Observe o que está escrito na Bíblia
Utilizamos as seguintes traduções : Linguagem de Hoje = NTLH; Revista e atualizada = RA; Revista e corrigida = RC; King James Version = KJV; A Bíblia de Jerusalém – da Edições Paulinas ( BJ).

Geneses 2 – 9
9 E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.( RC)
9 Iahweh Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a árvore da vida (x) no meio do jardim, e a arvore do conhecimento do bem e do mal. ( BJ)
Na tradução (Bíblia de Jerusalém), lemos o seguinte comentário – ( Arvore da vida = ) Símbolo da imortalidade.

O TERMO KABALLAH
O termo Kaballah (hebraico: קַבָּלָּה, literalmente “receber / tradição”) passou a ser utilizado na Europa Medieval, para descrever uma escola de pensamento muito antiga, ou mais especificamente uma didática ou um método de treinamento e educação da alma para torna-la apta a RECEBER instruções de uma Ciência – Conhecimentos e Sabedoria milenar , necessários para estar em contato com o Criador e inteligências e mundos Superiores, por meio da alteração da natureza humana terrestre em Humana Superior – o homem em Homem.

Observemos que a palavra “alma” traduzida para o grego = psique, logo, podemos dizer que se trata de um treinamento da mente, para elevar a consciência humana e auxiliar na sua evolução espiritual. Nesta linha de pensamento, também, podemos analisar os termos “contato”, “Conhecimento” e “Sabedoria” como elementos, milenares e universais, presente na história de vários povos da antiguidade, que reportam a uma CULTURA DE CONTATO EVOLUTIVA.

As diversas formas de transliteração do termo (Cabala,Qabbālâ, etc.;) tem denotado na modernidade, tradições ou escolas diferentes. Não é uma denominação religiosa. Assim também, as definições do termo kaballah, variam segundo a tradição da escola, segundo a religião, Kabbalah judaica, cristã, etc.; segundo as adaptações sincréticas ocultistas e ainda observando os objetivos daqueles que lhe seguem. As origens da Kaballah antecedem a criação das religiões, sob outras denominações. A exemplo, entre os séculos 1 e 10 os conceitos e métodos eram conhecidos em hebraico como Merkabah. Aprendemos que o Método foi transmitido a mando de Deus pelo arcanjo (arkhos, principal ou primeiro; aggelos, mensageiro) Raziel a Adão após sua expulsão do Edem, como um ato de Misericórdia para que ele e sua descendência sobrevivessem e pudessem encontrar o caminho de volta aos mundos superiores (Edem) e se reconectar com o Deus.

Posteriormente o método foi retransmitido as gerações humanas terrestres em forma de “pactos ou alianças”. Observem que o termo Adam ou Adão, significa homem, ser humano, e pode ser interpretado como um indivíduo e/ou no coletivo se referindo aos primeiros seres da espécie “humana”. Embora, devemos observar que a Kabbalah como concebemos hoje tenha se desenvolvido no domínio do pensamento judaico, e nossas fontes tenham por base a literatura cabalística clássica, e a Torá ou Pentateuco – os cinco livros de Moisés, o Livro de Abraão – Sepher Yetzrá (Livro da Formação), o Zohar (Esplendor), Sêfer HaBahir (Livro da Iluminação), considerada a Bíblia da Kaballah.

A conhecer, as escolas “abertas”, tem se dividido segundo a classificação da própria kabbalah:
Teórica – tornou-se o componente central e permitido da Kabbalah, com base no Zohar e na
tradição Luriana ( Isaac Luria).
Meditativa – visa a união mística com Deus ( exemplo: Abraham Abulafia)
Pratica- tradição magica, que foca na manipulação das forças celestiais. Evitada e considerada
perigosa, para os que não possuem pureza absoluta de intenções.

Acredita-se que o termo Kabbalah pode ter sido utilizado inicialmente para este fim, pelo judeu Solomon ibn Gabirol (1021-1058) ou no século 13 pelo cabalista Bahya bem Asher. No sul da França e da Espanha. Foi reinterpretada na Palestina Otomano, no século XVI e popularizada pelo Movimento Hassídico a partir do sec. XVIII. E tem sido a maior fonte de “espiritualidade pura” da atualidade.

ANALISE DO TERMO KABALLAH – Continuação

Acredita-se que o sistema de ensino para treinamento e educação da alma /mente, que antecede a qualquer pensamento ou organização religiosa, com elementos comuns presentes em diversos povos em diferentes épocas e localizações, pertence a uma Cultura Evolutiva e de Contato.

Evolutiva por propor a possibilidade de uma divinização do ser , alterando sua natureza física , elevando-a a uma super natureza, com a aquisição de seus atributos, a imortalidade, o domínio do tempo/espaço, a união com Deus – o Eterno, etc.. É comum encontrarmos na literatura Sagrada termos como “homem e Homem”, “humano e Humano”, em alguns textos os mesmos termos, “homem e Humano”, designam, o ser superior que está fazendo o contato com outro de nossa espécie terrestre. De Contato, reportando a capacidade de traslar em outros mundos e comunicar-se com outros seres, em especial com hierarquias Divinas.

Pensemos, porque um “ sistema de ensino ” pode ter sido denominado Receber (Kaballah)? Encontramos na literatura clássica algumas respostas para esta questão, e como a agua toma a forma do recipiente que ocupa, assim também pode ser o ensinamento, de tal forma que as escolas cabalísticas podem propor variações, ou focar em um determinado conceito, segundo seus objetivos ou o objetivo de alcançar, assim como cada pessoa, que buscar uma resposta para si, também poderá fazer o mesmo segundo sua própria bagagem de conhecimento, crenças, etc., e sua capacidade interpretativa ou estágio em que se encontra sua consciência.

Este é um processo no caminho da Expansão da Consciência, é comum ler-se um texto uma vez, e ter um entendimento, treinar, estudar e ler novamente o mesmo texto, e obter uma compreensão, um insight… totalmente inusitado, isto pode acontecer várias vezes, e surpreendentemente um entendimento após o outro, não significará necessariamente que um entendimento anulará o outro, que um contradiz o outro, ou diminui sua importância. A sobreposição de “informações” desperta uma sabedoria maior, que implica na aplicação das interpretações em situações, condições, espaço/tempo… níveis de consciência diferentes, que estruturam o ser: VOCÊ.

A exemplo disto na tradição cabalista é ensinado que a compreensão da Torá passa por: – 600 mil interpretações diferentes, se reportando ao número de almas que se encontravam no deserto por ocasião da entrega da Tora; – 70 níveis de interpretação, se reportando (ainda ao Êxodo), aos 70 anciões que recebem a instrução e a compilam; – Em 04 níveis chamados de PARDES, segundo o Zohar, Peshat, ou “simples”, que corresponde a interpretação direta dos significados; Remez , ou “dicas”, corresponde ao significado alegórico, alusivo; Derash ou “procurar”, corresponde a pesquisa dos significado por comparação e ocorrência de palavras semelhantes em outros locais, e Sod ou “mistério”, correspondendo ao significado interno, secreto determinado através de inspiração ou revelação, expresso na Kaballah.

Voltemos a questão, porque um “sistema de ensino para o treinamento e educação da alma/mente ” foi denominado Receber (Kaballah)? Aqui iniciamos uma reflexão, sobre a kaballah, como um sistema de preparação do homem, ou didática para qualificar o homem para Receber um Conhecimento maior, um grande Mistério – Sod , que lhe trará compreensão sobre si e a toda a existência.